quarta-feira

lubricidade

quizéra ser a serpe venenosa
que dá-te medo e dá-te pesadelos
para envolver-me, ó Flor maravilhosa,
nos flavos turbilhões dos teus cabelos.

quizéra ser a serpe veludosa
para, enroscada em múltiplos novelos,
saltar-te aos seios de fluidez cheirosa
e babujá-los e depois mordê-los...

talvez que o sangue impuro e flamejante
do teu languido corpo de bacante,
da langue ondulação de águas do rheno

estranhamente se purificasse...
pois que um veneno de aspide vorace
deve ser morto com igual veneno...


esse poema-angorô, sonata serpeante em 's' e 'z' é do cruz e sousa,
que comemora seus 145 aninhos esse ano.

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