segunda-feira

diálogo infinito


- te amo.
- eu também.
- mas você tem medo de mim.
- não. só não gosto que brigue comigo.
- prometo não brigar mais.
- ótimo.
- e você?
- eu o quê?
- promete que não vai fazer mais aquilo?
- aquilo o quê?
- aquilo.
- aquilo? ah, sei. prometo. não farei mais aquilo.
- vai sim. você vai fazer tudo de novo. você não muda. você é sempre igual.
- não vou não.
- vai sim. eu te conheço. você sempre faz aquilo. eu te odeio.
- mas você não tinha dito que me ama?
- sim. te amo.
- mas você disse que me odeia.
- não. eu te amo.
- eu também.
- mas você é esquisito comigo.
- só não gosto que você brigue comigo.
- prometo não brigar mais...
- promete?
- prometo. e você?
- prometo.
- promete? aquilo?
- é. aquilo.
- duvido.
- não duvide. detesto que você duvide de mim.
- mas eu duvido. duvido mesmo. você não muda. você é sempre igual. você não muda.
- não mudo é?
- não.
- então?
- sim?
- não.
- ah! não falei? você é sempre o mesmo.
- e você não?
- eu... eu não suporto mais isso.
- então pare.
- não me mande parar. detesto que me mandem parar...
- então não pare.
- também não diga isto. detesto que finjam as coisas apenas para apaziguar.
- e eu detesto que você brigue comigo.
- não estou brigando!
- está sim.
- não. não estou.

ad infinitum.

Um comentário:

Anônimo disse...

diálogo?