quinta-feira

nossos beijos costurados

nossos beijos costurados sobre a camiseta
tão inquietos os beijinhos
que caminham rebeldes pela pele
e se agarram como manchas no pescoço


eu brinco a beça com a sua cabeça
tem piolhos tem caprichos muitos grilos
pelos loiros coloridos
eu colo no seu colo a minha boca
e você se perde


porque agora tem um mar de cheiros
o amargo mar de onde arde o nardo
e cresce entre as pernas da menina
com meu ramo mirrado e uma rosa uma rosa
uma rosa sob a minha mira


sei os beijos na palma da mão
e palmas para o movimento gostoso
da palmeira no vento e sua palma
magrinha como o visgo do dendê


os beijos sobre os beijos pela pele
derramam bálsamos a cântaros
e perfumam qual o cedro o seu ciúme
a casa não tem varanda a que se preste
a sacanagem santa desses nossos beijos


que correm cosidos pela camiseta
tão inquietos os beijinhos
passeando rebeldes pela pele
& te adornando no pescoço nas orelhas

Um comentário:

Anônimo disse...

na biblioteca girapemba, vc diz que o "das infimidades"é uma despedida. lendo esse poema e alguns outros ai do blog, penso: se despedir do seu verdinho é se despedir de um negócio muito seu de escrever, seria isso o tal estilo? hahahaahha.


*meu distintíssimo senhor já o agradeceu, mas eu quero dizer o quanto fiquei lisonjeada por fazer parte do seu set list e ser incluída entre anderson almeida e william blake.


beijoca.