o amor é o alcance da mão
é tudo aquilo que ele roça
quando estica os braços
quando estica os dedos
produtos importados direto
do país das surpresas do país dos medos
delícias sobre a mesa ou ao contrário
melecas em geléia para o piquenique
o amor é tudo aquilo que a mão toca
seja com a destra seja com a sinistra
seja com a boca seja com a orelha
seja com a luva seja com a vista
ninguém reclama quando o amor ama
no meio da praça não é atentado
se o beijo escandaliza a massa
ou se o fogo incendeia o ministério público
ninguém se mete quando a moça
extasiada pela língua do poeta
inaugura uma estátua fátua
o beijo de rodin na praça principal
ninguém se liga quando a eletricidade
da cidade se embanana porque
o camarada ama ou porque a menina
agora toda nua é a culpada do apagão
o amor é um camarada raro
que brinca com ratos pela calçada
e caça palavras pelos cruzamentos
quebrando cabeça no meio dos carros
o amor com seus desastres
derrama o chocolate sobre a roupa dos amantes
obrigados a matar serviço reinventam
a manhã agora num brinquedo novinho em flor
são as destrezas do amor
tropeça todo dia nos seus próprios mortos
bebe ri dança e balança e até morre com eles
é por isso que ele nunca está só
segunda-feira
as destrezas do amor
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2 comentários:
Rapaz, porque ao invés de pirografar tu não escreve?
amei o poema, as destrezas do amor são mais gostosas de serem vividas do que seus desastres inevitáveis. na sua poesia os dois temas são tocados de uma forma muito particular e sensível. nossa!!! arrasou comigo.
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